21 setembro 2007

Seguros de Vida, Crédito e Fraude

A falta de ética profissional e do sentido de responsabilidade social é elevada nestes tempos de voluntarismo, neoliberalismo bacoco e de promoção da imbecilidade.

Todos os adultos responsáveis procuravam deixar os seus filhos em melhor posição do que a que haviam herdado. A preocupação com a nossa prole é uma questão civilizacional (não digo biológica, porque o homem vai perdendo o contacto com a Natureza e procura fazer de conta que os mecanismos biológicos não se lhe aplicam). Todos amamos os nossos filhos e queremos de certeza que eles tenham melhor vida que a nossa. Por isso, num tempo de crédito fácil, a aquisição de habitação foi acompanhada de seguro de vida. Quem subscrevia a apólice acreditava (é mesmo acto de Fé) que, quando morresse, o seguro pagava o crédito e assim não deixava encargos aos seus filhos.

Os seguros eram contratados nas seguradoras no mesmo grupo do Banco e assim os seus accionistas (as únicas pessoas que constituem uma grande preocupação social, como se o capitalismo popular e as Bolsas não contribuíssem para a desgraça do mundo e a depauperização, beneficiando especuladores e nababos que nada fizeram na vida) recebem de todo o lado.

O problema é que agora começaram a morrer as pessoas que fizeram aqueles seguros. As seguradoras não pagam os capitais seguros aos Bancos. Pedem mil e um documentos, informações inúteis, a pretexto das coberturas e das cláusulas da apólice. E se for necessária autópsia, então é para esquecer. Demoram mais de 2 anos os resultados dos exames. Entretanto, o Banco vai cobrando as prestações (enquanto a família puder pagar). Se acabar o dinheiro, não há problema para o Banco que pede execução, penhora e requer a adjudicação do imóvel por 70% do valor. Tudo em nome do Direito ! Esta vigarice fas com que o Banco fique com o bem e ainda credor do remanescente, por um crédito que devia ter sido pago pela seguradora do Banco. Claro que há um dia em que a seguradora resolve declarar que afinal estão reunidos todos os elementos para proceder ao pagamento do capital seguro. Mas, nessa altura, apenas paga o capital seguro á data da morte e os herdeiros, não podendo pagar ao Banco os juros que lhe sejam exigidos, ficam sem nada !...

Isto é uma fraude.

Uma vergonha!...

1 comentário:

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Subscrevo em absoluto, caro Mocho Atento. E eu também sou uma potencial vítima (cruzes canhoto...) do tandem banco/seguradora por via do crédito à habitação.