Ao ler ontem a entrevista do Dr. Pinto Monteiro, Procurador-Geral da República, ao jornal "Sol", não tive a menor dúvida de que, ao menos, a surpreendente declaração de que suspeitava que o seu telemóvel estivesse sob escuta e não sabia como lidar com isso, viria a dar brado. Mau sinal seria, aliás, se não desse, vindo tal declaração, sem explicação adicional (também nada mais os entrevistadores sentiram necessidade de lhe perguntar sobre o assunto...!), de quem tem a obrigação de zelar pelo cumprimento da Lei e de mandar investigar o seu eventual atropelo e, mais ainda, de quem tem a obrigação de não contribuir para o descrédito - já grande que baste! - do MP que dirige e das instituições e do sistema de Justiça em geral.
Se era para ter "graça", Pinto Monteiro foi claramente infeliz, no modo, no local e no tempo. para além de tudo o mais, que é imenso, porque a pergunta - "O que pensa da possibilidade de os serviços de informações fazerem escutas?" - era obviamente séria...
Quanto ao retrato que o PGR faz da hierarquia do MP, estando ele no exercício do cargo há mais de um ano, se era para ter "graça" foi mais numa vez claramente infeliz, no modo, no local e no tempo.
O que li a propósito, no DN e no Correio da Manhã de hoje, mais o comentário do Presidente da República, bem como a veemente indignação de Vital Moreira que acabo de ler, agora que recuperei o acesso à net, faz-me concluir que acabou o longo estado de graça de Pinto Monteiro. E não me espantaria que tenha sido, precisamente, a longa duração desse estado que tenha levado o PGR a baixar a guarda na sua conversa com o "Sol". É que se não foi isso poderá concluir-se que foi mesmo falta do mínimo de bom senso, o que seria bem pior!
Termino recomendando a leitura do post do juiz Jorge Langweg - "A descredibilização da Justiça em conversa amena" - onde se referenciam detalhadamente, com comentário, os aspectos em referência e outros, talvez não tão gravosoa mas igualmente infelizes, da entrevista de Pinto Monteiro, post que começa com estas palavras algo poéticas e muito desalentadas:
"Quando a Justiça precisa de um discurso (e, sobretudo de uma actuação) forte e mobilizador(a), lemos palavras verdadeiramente outonais, que desmotivam os cidadãos, preparando-os para o inverno que se aproxima."
Quanto ao retrato que o PGR faz da hierarquia do MP, estando ele no exercício do cargo há mais de um ano, se era para ter "graça" foi mais numa vez claramente infeliz, no modo, no local e no tempo.
O que li a propósito, no DN e no Correio da Manhã de hoje, mais o comentário do Presidente da República, bem como a veemente indignação de Vital Moreira que acabo de ler, agora que recuperei o acesso à net, faz-me concluir que acabou o longo estado de graça de Pinto Monteiro. E não me espantaria que tenha sido, precisamente, a longa duração desse estado que tenha levado o PGR a baixar a guarda na sua conversa com o "Sol". É que se não foi isso poderá concluir-se que foi mesmo falta do mínimo de bom senso, o que seria bem pior!
Termino recomendando a leitura do post do juiz Jorge Langweg - "A descredibilização da Justiça em conversa amena" - onde se referenciam detalhadamente, com comentário, os aspectos em referência e outros, talvez não tão gravosoa mas igualmente infelizes, da entrevista de Pinto Monteiro, post que começa com estas palavras algo poéticas e muito desalentadas:
"Quando a Justiça precisa de um discurso (e, sobretudo de uma actuação) forte e mobilizador(a), lemos palavras verdadeiramente outonais, que desmotivam os cidadãos, preparando-os para o inverno que se aproxima."
2 comentários:
De facto a forma de fazer humor do senhor Procurador Geral é demasiado insipiente e de conteúdo francamente tristonho.
Não obstante o que possa parecer, começo a achar interessante a prestação do PGR.
Há dois ou três sinais que denotam evolução positiva.
Infelizmente, há todo um background que a deita abaixo.
Vamos a ver, como diria o cego.
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