Diferenças

Na semana passada estava eu numa pausa de uma formação, quando o Director geral de uma multinacional arregalou os olhos ao captar um título de Jornal que anunciava a existência de voos regulares do Aeroporto Pedras Rubras para um destino que não fixei. Não registei o destino porque estava centrada no ar incrédulo deste estrangeiro que já reside no nosso país há alguns anos. Deu a notícia aos outros elementos da equipa de Direcção com um contentamento que dava gosto ver. Diziam muito animados: esperamos por isto 20 anos! Isto vai-nos poupar muito dinheiro e tempo, muito tempo.

Senti-me solidária com o contentamento reinante, sem deixar de me lembrar das recorrentes criticas de muitos empresários, pela ausência de voos directos a partir do Porto para muitos destinos essenciais e da importância desta lacuna. Tinha acabado de presenciar mais um testemunho disso mesmo.

Lembrei-me também que o Porto é considerado a segunda cidade deste país. Não sei porque fiz esta associação…

Sempre fui contra, muito acentuadamente e por vezes contra amigos próximos, da atitude anti Lisboa. É algo aliás que me incomoda até pela subalternidade que indicia. Todavia, notícias que nos dão conta do diferencial de investimentos e de remunerações entre Lisboa e o resto do país não deixam ninguém indiferente. Veja-se o que se passa com os fundos comunitários: como a zona da Grande Lisboa não pode ser abrangida para receber as verbas do QREN, há que alterar as zonas regionais para esta poder apanhar uma boa parte do bolo. Habilidades.

Não me parece que a Regionalização seja o caminho para atenuar essas diferenças. Somos um país pequeno ao nível da dimensão e os nossos políticos estão ávidos de mais tachos. Não vejo razão para lhes abrir portas.