O fim-de-semana que passou levou-me pelo Douro acima e fez-me voltar às paisagens, às vilas e cidades do Nordeste Transmontano. O Douro pintado de tons doirados, agora a viver o frenesim das vindimas, é um encanto que nos surpreende todas as vezes que aí vamos. De Mesão Frio até à Régua, das encostas de Armamar até à margem do rio ou na estrada que nos guia até ao Pinhão, o Douro é arrebatador. Como o é quando nos debruçamos sobre ele na quinta dos Malvêdos, onde John Major passava férias, ao descer de Alijó para o Tua. E que dizer dos barrancos do rio Tua? E da tranquilidade que o Douro transparece do Pocinho até à foz do Sabor? Uma maravilha, sem dúvida. Este é o Douro visto de terra, que pede meças ao Douro que pode ser visto dos barcos que nele passeiam.
Depois, o Nordeste. Os aglomerados “urbanos” bem arranjados. As aldeias bonitas e asseadas, como Vilas Boas, em Vila Flor, onde regressei mais de trinta anos depois. As paisagens agrestes que beneficiam ainda dos favores (?) do clima. Bragança beneficiada pelo Polis, com novas áreas de lazer e a zona histórica bem cuidada e preservada.
Como esse é um requisito de quem viaja, deixo duas referências gastronómicas absolutamente a não perder: o Cepa Torta, em Alijó, e o Flor de Sal, em Mirandela. Por si só, valem bem a viagem. Pena que, em outras paragens, a falta de pessoal qualificado prejudique espaços de restauração já consagrados, com boa cozinha e mesa farta.
A terminar, um lamento pelo trânsito. Em dia de corridas em Vila Real, o regresso pelo IP4 ficou ainda mais complicado, compreendendo-se por que é que as gentes do Nordeste se batem há tanto tempo pela ligação em auto-estrada de Amarante para cima. Como diziam no Alentejo, construam-na porra!
As fotos são do rio Douro, vista do Solar da Rede, em Mesão Frio, para jusante, e da “Torre da Princesa” no castelo de Bragança.
2 comentários:
Também tenho saudades de ir por Trás-os-Montes. Melhor: de ir por lá, em passeio. Que de outras formas já me cansa, pois, como sabes, tenho ido muito nos últimos anos. Vezes a mais.
O meu amigo Alberto já me tinha falado no Flor de Sal. Se ele diz bem e tu dizes bem, pronto, está asegurado: é um bom restaurante.
Por motivos profissionais tenho-me deslocado com muita frequência a Bragança e o que posso dizer é que cada vez gosto mais da beleza Transmontana. É uma paisagem única. Delicio-me sempre na viagem de ida, quer quando vou pela IP4, depois de passar Vila Real, quer quando vou pela Régua. É uma paisagem tranquila, imensa. E o Douro é um rio imponente.
Já quando regresso ao Porto, aí sim, já considero que deveria haver uma auto-estrada a ligar Bragança a Vila Real…
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