Uma lâmpada para troca
ou aqui vai troco
Alguém, uma mulher de certeza, mandou ao João Vasconcelos Costa, um texto com piada que não resisto a transcrever aí em baixo ou em cima, como sair (cfr. voz alheia 2)
Tenho, caríssima e anónima amiga do João, uma história exactamente ao contrario. Aliás, neste capítulo de arranjos caseiros, lamento dizer-lhe que V é a excepção (como n’ “A excepção e a regra” do velho sátiro Bertolt).
Em tempos que já lá vão quando a feliz surpresa de ter conhecido a CG era uma novidade novinha em folha, ela confidenciou-me que adorava obras. Sabia tudo sobre como pintar uma parede, pôr argamassa numa fila de tijolos, tirar o “nível”, enfim, tudo de tudo. Discutia com os trolhas melhor do que com os juízes. Arrumar um canalizador era canja e quanto a pintores de broxa gorda, então nem se fala. Os honrados mesteirais já lhe chamavam engenheira, ou, pelo menos, arquitecta... E tinha ferramentas. Ferramentas a sério e não como aquela colecção de inutilidades que eu e o Manuel Sousa Pereira descobrimos em casa do Manuel Simas. Aquilo parecia um lote de brinquedos estragados, comprados num saldo. Um desastre. Ou talvez não: o ferramental habitual dos ilustres magistrados portugueses, sub-espécie juízes no STJ.
Tendo em conta esta queda da CG para a construção civil e actividades similares, num Natal, enchi um belo saco Louis Vuitton (dos melhores que se arranjavam na China) com ferramenta variada onde nem faltava um berbequim eléctrico.
A CG adorou o saco (que tinha rodas e tudo como os franceses) e que, aliás, enganou toda a gente que me olhava como se pela primeira vez vissem o Pai Natal verdadeiro e gastador. Quando o abriu e deu com a parafernália ferramentista ia desmaiando de emoção.
Os anos passaram-se: o saco continua impecável prova que o artesanato chinês não está para brincadeiras.
As ferramentas continuam novas. Por boa qualidade? Qual quê! Porque nunca foram usadas. Cá em casa, sou eu, o canhoto, o imprestável, o inimigo das tarefas humildes e proletárias quem dá à perna quando toca a reparar seja o que for. Ah quanto eu detesto isso... quanto me custa. Quanto me irrita!
De longe em longe a CG compra uma dessas coisas tipo IKEA que tem de se armar. Quando não tem coragem para me encomendar a tarefa, ei-la que se põe a caminho. Querem acreditar que com ela se repete o milagre das rosas? Sobram-lhe sempre uns parafusos alguma anilha, uma porca, e até, numa vez mais miraculosa, uma tábua... Mistérios insondáveis da incapacidade da IKEA ou mistérios gozosos com que se rebola mcr o incompetente?
As leitoras que decidam.
Vai esta para o JVC antes mesmo de ser postada no “incursões” ainda hoje, sexta-feira (14 do mês As, festa de S P. Bonnard pintor das Phynanças, do ano 133, do calendário patafísico. Amanhã celebração da Navegação do Dr Faustroll)
Tenho, caríssima e anónima amiga do João, uma história exactamente ao contrario. Aliás, neste capítulo de arranjos caseiros, lamento dizer-lhe que V é a excepção (como n’ “A excepção e a regra” do velho sátiro Bertolt).
Em tempos que já lá vão quando a feliz surpresa de ter conhecido a CG era uma novidade novinha em folha, ela confidenciou-me que adorava obras. Sabia tudo sobre como pintar uma parede, pôr argamassa numa fila de tijolos, tirar o “nível”, enfim, tudo de tudo. Discutia com os trolhas melhor do que com os juízes. Arrumar um canalizador era canja e quanto a pintores de broxa gorda, então nem se fala. Os honrados mesteirais já lhe chamavam engenheira, ou, pelo menos, arquitecta... E tinha ferramentas. Ferramentas a sério e não como aquela colecção de inutilidades que eu e o Manuel Sousa Pereira descobrimos em casa do Manuel Simas. Aquilo parecia um lote de brinquedos estragados, comprados num saldo. Um desastre. Ou talvez não: o ferramental habitual dos ilustres magistrados portugueses, sub-espécie juízes no STJ.
Tendo em conta esta queda da CG para a construção civil e actividades similares, num Natal, enchi um belo saco Louis Vuitton (dos melhores que se arranjavam na China) com ferramenta variada onde nem faltava um berbequim eléctrico.
A CG adorou o saco (que tinha rodas e tudo como os franceses) e que, aliás, enganou toda a gente que me olhava como se pela primeira vez vissem o Pai Natal verdadeiro e gastador. Quando o abriu e deu com a parafernália ferramentista ia desmaiando de emoção.
Os anos passaram-se: o saco continua impecável prova que o artesanato chinês não está para brincadeiras.
As ferramentas continuam novas. Por boa qualidade? Qual quê! Porque nunca foram usadas. Cá em casa, sou eu, o canhoto, o imprestável, o inimigo das tarefas humildes e proletárias quem dá à perna quando toca a reparar seja o que for. Ah quanto eu detesto isso... quanto me custa. Quanto me irrita!
De longe em longe a CG compra uma dessas coisas tipo IKEA que tem de se armar. Quando não tem coragem para me encomendar a tarefa, ei-la que se põe a caminho. Querem acreditar que com ela se repete o milagre das rosas? Sobram-lhe sempre uns parafusos alguma anilha, uma porca, e até, numa vez mais miraculosa, uma tábua... Mistérios insondáveis da incapacidade da IKEA ou mistérios gozosos com que se rebola mcr o incompetente?
As leitoras que decidam.
Vai esta para o JVC antes mesmo de ser postada no “incursões” ainda hoje, sexta-feira (14 do mês As, festa de S P. Bonnard pintor das Phynanças, do ano 133, do calendário patafísico. Amanhã celebração da Navegação do Dr Faustroll)
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