Amigo d'Oliveira, demais amigos incursionistas, estimados leitores
À ex-capitoa desta barca, que há muito navega intrépida sem necessidade de timoneiro - ou não fosse a tripulação da estirpe dos que tomam nas mãos as rédeas (ou, melhor dito, os cabos) do seu próprio destino - soube bem ler este post, um escrito cheio de graça e estilo e, sobretudo, um MIMO que cai sempre bem, oh se cai, ademais nas circunstâncias de confinamento a que está adstrita a ex-capitoa, tornozelo esquerdo apenas luxado, tornozelo direito deslocado e correspondente perna partida, que isto de esquerdas e direitas em mim não quebra nem torce por uma simples, ainda que infausta, desatenção ao campo minado em que se tornou a zona defronte de minha casa, em obras de recalcetamento.
Depois do choque inicial - surpresa, dor e muito medo que, sejam indulgentes, eu tinha de recorrer ao mal afamado Hospital de FARO -, já ultrapassada essa longa noite na Urgência em que a Lei de Murphy se concretizou, caprichadamente, minuto a minuto, hora após hora, como se em vendetta por, pese embora o meu habitual optimismo, as suas regras me terem assombrado o espírito logo desde o infausto tropeço e, finalmente, superada a fase de adaptação às novas condições físicas e parafernália da logística correlativa, eis-me mais arribada de ânimo. Ainda assim, o post-MIMO do d'Oliveira foi o pretexto sine qua non no alcançar de forças para quebrar o enguiço que me vem afastando do convívio escrito (que não de leitura) com os meus companheiros de blogoesfera.
(livrem-se de vir para aqui dizer, amáveis, que, sendo assim, a desatenção ao estado da calçada até foi uma coisa boa! Citando d'Oliveira: "Nenhum mal vem por bem, digam os rifoneiros o que quiserem.")
E não querendo começar o ano Novo com palavras de mau-agoiro nem sequer deprimentes, não resisto, contudo a, aqui e agora, preveni-los do seguinte:
- se tiverem o azar de uma descalçadela e desconfiarem que partiram algum membro locomotor, ainda que tenham quem vos leve de carro à Urgência do Hospital, chamem a ambulância! É só para não ficarem na contingência de haver por ali, ou não, algum cidadão solidário que ajude a ajudarem-vos a vencer a distância entre o estacionamento e a sala de espera e (bem mais tarde, claro), entre esta e a sala de triagem, por não haver cadeiras de rodas nem funcionários ou paramédicos que não se estejam nas tintas para o vosso estado lastimoso;
- se o médico vos mandar para casa depois de, a sangue-frio, vos endireitar a ossatura e pôr o gesso, não vão na cantiga, lá porque de momento as dores acalmaram! É que se a manobra não tiver sido bem feita, as dores vão reaparecer em breve e a triplicar, e vai ser preciso recomeçar do zero, além de que convém ficar algum tempo em observação, pois pode haver complicações circulatórias...
- se o médico (avisando logo que só trabalha no Hospital, não vá haver mal-entendidos), vos aconselhar a ir para uma clínica privada para fazer a inevitável cirurgia, alegando que ali não se sabe quando haverá vaga para o efeito, mas seguramente nunca antes de 3 semanas (em Faro, disse-me o médico, só há bloco para ortopedia às 3ªas e, se calham num feriado, como aconteceu nos dias 25 Dez. e 1 Jan., menos operam ainda - o bloco está fechado, disse-me, mas recuso-me a acreditar! - e há que tratar 1º dos casos que estão em lista de espera - sigam o conselho do médico e ponham-se ao fresco!
- se ficarem internados para observação, por 24 a 48 horas, como eu fiquei, pensem que o mais provável é ninguém saber que é para isso que estão ali naquela cama de enfermaria, porque ninguém passa informações dadas oralmente e ninguém lê a nossa ficha clínica, se é que nela fica escrito alguma coisa a esse respeito! Alerta pois, senão podem acabar por não sair a caminho da tal clínica privada (haja seguros!) e antes ficar a contribuir para o aumento das estatísticas das cirurgias em lista de espera e para o acréscimo das despesas hospitalares... quem de nós, cidadáos respeitávies e cumpridores, deseja tal opróbio?
Mas chega deste tema, que os postais hoje, atenta a data, deviam ser prazenteiros.
Saltitarei pois, mais logo, ainda deselegantemente, pois que a pé coxinho e para mais luxado, para outro tema.
Dizia-me ontem outra incursionista que sentia falta, no Incursões, de mais temas relacionados com a Justiça. Aproveito a embalagem e irei deixar, noutro post, no estilo shallow que é meu timbre(*), algumas considerações sobre o Procurador Geral da República, Pinto Monteiro. E mais do que isto não prometo por agora, pois amanhã começa o 2º capítulo desta medíocre novela e vou ficar sem poder blogar por uns dias.
(*) quem quiser reflexões aprofundadas pode sempre (e deve) ler o José, na Grande Loja do Queijo Limiano, entre outros (usem a lista de blawgs e blogs na side bar, que é para ser usada que a pus lá, ora!).
À ex-capitoa desta barca, que há muito navega intrépida sem necessidade de timoneiro - ou não fosse a tripulação da estirpe dos que tomam nas mãos as rédeas (ou, melhor dito, os cabos) do seu próprio destino - soube bem ler este post, um escrito cheio de graça e estilo e, sobretudo, um MIMO que cai sempre bem, oh se cai, ademais nas circunstâncias de confinamento a que está adstrita a ex-capitoa, tornozelo esquerdo apenas luxado, tornozelo direito deslocado e correspondente perna partida, que isto de esquerdas e direitas em mim não quebra nem torce por uma simples, ainda que infausta, desatenção ao campo minado em que se tornou a zona defronte de minha casa, em obras de recalcetamento.
Depois do choque inicial - surpresa, dor e muito medo que, sejam indulgentes, eu tinha de recorrer ao mal afamado Hospital de FARO -, já ultrapassada essa longa noite na Urgência em que a Lei de Murphy se concretizou, caprichadamente, minuto a minuto, hora após hora, como se em vendetta por, pese embora o meu habitual optimismo, as suas regras me terem assombrado o espírito logo desde o infausto tropeço e, finalmente, superada a fase de adaptação às novas condições físicas e parafernália da logística correlativa, eis-me mais arribada de ânimo. Ainda assim, o post-MIMO do d'Oliveira foi o pretexto sine qua non no alcançar de forças para quebrar o enguiço que me vem afastando do convívio escrito (que não de leitura) com os meus companheiros de blogoesfera.
(livrem-se de vir para aqui dizer, amáveis, que, sendo assim, a desatenção ao estado da calçada até foi uma coisa boa! Citando d'Oliveira: "Nenhum mal vem por bem, digam os rifoneiros o que quiserem.")
E não querendo começar o ano Novo com palavras de mau-agoiro nem sequer deprimentes, não resisto, contudo a, aqui e agora, preveni-los do seguinte:
- se tiverem o azar de uma descalçadela e desconfiarem que partiram algum membro locomotor, ainda que tenham quem vos leve de carro à Urgência do Hospital, chamem a ambulância! É só para não ficarem na contingência de haver por ali, ou não, algum cidadão solidário que ajude a ajudarem-vos a vencer a distância entre o estacionamento e a sala de espera e (bem mais tarde, claro), entre esta e a sala de triagem, por não haver cadeiras de rodas nem funcionários ou paramédicos que não se estejam nas tintas para o vosso estado lastimoso;
- se o médico vos mandar para casa depois de, a sangue-frio, vos endireitar a ossatura e pôr o gesso, não vão na cantiga, lá porque de momento as dores acalmaram! É que se a manobra não tiver sido bem feita, as dores vão reaparecer em breve e a triplicar, e vai ser preciso recomeçar do zero, além de que convém ficar algum tempo em observação, pois pode haver complicações circulatórias...
- se o médico (avisando logo que só trabalha no Hospital, não vá haver mal-entendidos), vos aconselhar a ir para uma clínica privada para fazer a inevitável cirurgia, alegando que ali não se sabe quando haverá vaga para o efeito, mas seguramente nunca antes de 3 semanas (em Faro, disse-me o médico, só há bloco para ortopedia às 3ªas e, se calham num feriado, como aconteceu nos dias 25 Dez. e 1 Jan., menos operam ainda - o bloco está fechado, disse-me, mas recuso-me a acreditar! - e há que tratar 1º dos casos que estão em lista de espera - sigam o conselho do médico e ponham-se ao fresco!
- se ficarem internados para observação, por 24 a 48 horas, como eu fiquei, pensem que o mais provável é ninguém saber que é para isso que estão ali naquela cama de enfermaria, porque ninguém passa informações dadas oralmente e ninguém lê a nossa ficha clínica, se é que nela fica escrito alguma coisa a esse respeito! Alerta pois, senão podem acabar por não sair a caminho da tal clínica privada (haja seguros!) e antes ficar a contribuir para o aumento das estatísticas das cirurgias em lista de espera e para o acréscimo das despesas hospitalares... quem de nós, cidadáos respeitávies e cumpridores, deseja tal opróbio?
Mas chega deste tema, que os postais hoje, atenta a data, deviam ser prazenteiros.
Saltitarei pois, mais logo, ainda deselegantemente, pois que a pé coxinho e para mais luxado, para outro tema.
Dizia-me ontem outra incursionista que sentia falta, no Incursões, de mais temas relacionados com a Justiça. Aproveito a embalagem e irei deixar, noutro post, no estilo shallow que é meu timbre(*), algumas considerações sobre o Procurador Geral da República, Pinto Monteiro. E mais do que isto não prometo por agora, pois amanhã começa o 2º capítulo desta medíocre novela e vou ficar sem poder blogar por uns dias.
(*) quem quiser reflexões aprofundadas pode sempre (e deve) ler o José, na Grande Loja do Queijo Limiano, entre outros (usem a lista de blawgs e blogs na side bar, que é para ser usada que a pus lá, ora!).
5 comentários:
Mi Muy Querida Liliana; Deseo tu pronta mejoría y rezaré por tí para que todo salga perfecto.
Muchísima suerte y seguiré tus noticias por tu blog.
Un beso fuertísimo
Tere
ora...ora, cara amiga. V é a capitoa geral, mor, emérita, grã, o que se quiser, mas a capitoa. E este post demonstra-o á saciedade. Estarei atento, quando me deslocar ao reyno dos Allgarves que se isso for como no de Portugal, as obras durarão anos...
E não foi um mimo: foi apenas a reparação de uma desatenção pois já andava surpreendido com a sua falta de notícias. que tenha boas melhoras.
E qua a mão nunca lhe doa, Belo post o de aí de cima!
Kami, espero que as coisas passem agora a acontecer ao ritmo e no sentido que pretende para ter uma rápida recuperação. De experiências más já tem a sua conta!
Quase que estou de acordo consigo sobre não haver males que vêm por bem. Acrescento que os males podem não vir por bem mas nós podemos tirar o melhor partido possível das situações. E, não a querendo contrariar, não posso deixar de lhe dizer o quanto fico satisfeita por poder ler de novo os seus textos, sempre certeiros e impregnados de humor cirúrgico.
Um grande abraço
Cara Kamikaze:
Lamento saber destas infaustas novas.
Votos de rápidas melhoras e de um óptimo 2008, recheado de saborosos posts incursionistas (já se viu que a pontaria e o sentido de humor continuam em grande forma!).
Um grande abraço,
Kami,
Que tudo esteja se encaminhando e a recuperação caminhe a passos rápidos.
Beijos,
Silvia
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