21 janeiro 2008

"manda quem pode, obedece quem deve"

(...)
"O equilíbrio de poderes do Estado, para Alberto Costa, cinje-se a muito pouco: os eleitos mandam, legislam e os restantes eleitores obedecem. Não têm que criticar nada, porque não foram eleitos. Eles é que foram e por isso, legislam. Os outros, acatam, sem refilar muito. No fundo, não difere muito do velho aforismo salazarista: manda quem pode; obedece quem deve. (...)
quem pretende retirar qualquer legitimidade de crítica a medidas legislativas de cariz judiciário, vindas dos sectores mais ambientados nelas e que por isso melhor prevê os respectivos efeitos, está a esquecer várias coisas essenciais numa democracia moderna."

excerto da detalhada análise da entrevista dada pelo M.J. à revista Visão de 17 Jan., a ler na íntegra aqui.


2 comentários:

Luis Eustáquio Soares disse...

na ordem desordem do mundo, a do soberano e a do homo sacer, embora seja assim mesmo, o homo sacer deva ser o sacrificado de sempre, sagradamente, aquele a quem se deve incluir na exclusão, que deve simplesmente apagar-se, sofrer, morrer, sacrificar-se, pra mais exaltar e soerguer o soberano, nesse mundo há também espaço pra outro ponto de vista, a do fim do soberano, o único caminho, fora de todo pensamento unidimensional, se fazendo portanto pluridimensional. vc sumiu...
beijos,
luis
feliz ano novo pra nós todos.

JSC disse...

Eu penso que não é bem essa coisa do “manda quem pode…”. O que sucede é que os políticos são seres especiais. O simples facto de se submeterem a um processo eleitoral garante-lhes um reforço do QI. No caso de serem eleitos, então, o seu QI é incrementado pelo apor que resulta do factor voto. Se não se perceber isto, melhor, quem não entender isto e não reconhecer que o agente político recebe um incremento de QI, correspondente a um ∆QI, de tal modo que, durante o seu exercício de funções, o QIfuncional = QI+∆QI.

Anoto que esta tese ainda não foi cientificamente demonstrada (apenas se chegou lá pela via empírica), mas acredito que o poderá vir assim, assim alguém a tome para tese de um mestrado ou doutoramento (tem dimensão para isso).