27 março 2008

- 1%

O Governo vai reduzir em 1% a taxa de IVA, que passará a ser de 20%, a partir de Julho próximo. Quanto vale esta medida governamental?

A resposta vai depender do posicionamento partidário de cada um. Para Meneses, que já defendeu a baixa de impostos, trata-se de uma medida incoerente, eleitoralista, que vai ser reforçada com nova descida de impostos no próximo ano, a mostrar que o governo apenas segue um calendário eleitoral em vez de governar, o que irá implicar maiores dificuldades no controlo do défice público (mas não têm sido todos assim?).

Paulo Portas já vai dizendo que descer 1% não chega. É preciso descer mais e não só o IVA. Também tem de descer o IRS, o IRC. (mas onde estava Paulo Portas quando o IVA passou dos 19 para os 21%? E qual foi a descida de impostos que ocorreu ao tempo em que foi membro do Governo? Quem é que pode acreditar num Paulo Portas que agora quer dar tudo a todos?

Francisco Louça não diz que é bom nem que é mau, antes pelo contrário. É uma medida que não acrescenta nada nem dá confiança a ninguém. O Governo procura tirar dividendos de uma medida que não tem grande significado para a economia…

O curioso é que apenas o PCP aparece a elogiar a medida como favorável por dar mais poder de compra, ainda que insuficiente, mas a politica tem de seguir nesse sentido, dizem.

Nos próximos dias (meses) vamos assistir a grandes debates, artigos de opinião, entrevistas, tudo a girar em redor da descida de 1% na taxa de IVA, cujo efeito, como bem lembra a DECO, não mexe no preço dos bens essenciais.

A partir de agora, pelo período de dois-três meses (Abril para dissecar a medida aprovada e Junho para preparar a sua entrada em vigor), nada de mais interessante haverá para debater na política nacional. Tudo se vai curvar perante o peso e a importância deste 1%.

2 comentários:

M.C.R. disse...

Se a descida não influencia os preços dos bens essenciais a quem serve?

JSC disse...

Como se sabe, os chamados bens de primeira necessidade ou estão isentos de IVA ou têm taxas de 5% e 12%. Ora, a descida ocorre na taxa de IVA de 21%, que passa para 20%, logo apenas influencia (e já não é pouco) tudo o que tenha a ver com prestação de serviços, obras e compra de bens não essenciais, como por ex. a gasolina.