26 março 2008

Na Hora da Despedida

O Prof. Oliveira Marques na sua despedida de Presidente da Comissão Executiva do Metro do Porto fez um rasgado elogio ao trabalho desenvolvido, concluindo que “o balanço positivo superou as minhas expectativas”. Depois culpou o Estado (aquela coisa geral e abstracta) por o resultado final da sua gestão não ser "perfeito". No essencial, a crítica consistiu no facto do Estado não ter disponibilizado os recursos necessários para o investimento realizado, o que obrigou a empresa a recorrer ao crédito bancário. Não disse quem avalizou a dívida e quem vai assumir os correspondentes encargos. É bem provável que seja o mesmo Estado, mas tudo bem.

Pelo menos numa coisa tem o Professor razão. É notável a obra realizada, o cumprimento dos prazos, a qualidade do enquadramento urbano da linha do Metro. Para um projecto que não evoluía ou que evoluía muito devagarinho, acredito que a grande capacidade de liderança, o entusiasmo e rigor com que abraçou o projecto constituam elementos essenciais para o sucesso do empreendimento.

Esperemos que as críticas contundentes que formulou sirvam para o Governo (este e os próximos) passarem a estar mais atentos e interventivos, quer no financiamento equilibrado e atempado, quer no acompanhamento da gestão (creio que era isto que Oliveira Marques criticava).

2 comentários:

M.C.R. disse...

Ainda não percebi o teor das críticas de O Marques. São por ter sido despedido ou por lhe terem sido negadas condições?
Se a resposta é a segunda porque é que não falou quando devia?

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Oliveira Marques e Rui Rio são muito cientes da suas capacidades e auto-elogiaram-se num fartote. O Estado é que tem as culpas. Foi pena que não tenham dado voz ao seu presidente supremo, Valentim Loureiro.
Por que não se lembraram eles das obras que pagaram e que deveriam ter sido pagas pelas autarquias, nomeadamente no Porto e em Matosinhos? Por que não falaram da teimosia que persiste ao manter a Av. da Boavista esventrada, com um canal sem uso? Por que não falaram da vergonha que persiste na zona fronteira ao Hospital de S. João, em resultado da administração do Metro se ter vingado de algumas correcções ao projecto exigidas pelo hospital e pelas escolas aí instaladas? Enfim...