Manuela Ferreira Leite foi eleita no passado sábado líder do PSD. É a primeira mulher a liderar um dos maiores partidos políticos em Portugal e isso já é um sinal dos tempos. A sua eleição foi também uma derrota das teorias de marketing político, da imagem, das agências de comunicação.
Confesso que estava à espera da sua vitória, muito embora fosse para mim uma incógnita a capacidade de Santana Lopes penetrar directamente junto dos militantes e de captar o seu voto, bem como o resultado da agregação de vontades e interesses em torno de Passos Coelho, mais por oposição aos “outros” do que propriamente pelas virtudes intrínsecas do candidato.
Venceu a ala mais institucional e conservadora do partido, uma mistura de ex-cavaquistas, ex-barrosistas e ex-mendistas, mas com uma margem suficientemente curta para manter o clima de tensão até às legislativas do próximo ano. Será curioso ver como fica a composição dos órgãos nacionais no congresso.
Passos Coelho cativou um sector mais jovem e irreverente, mas ficou refém dos apoios de Menezes e acólitos. A força dos votos que estes lhe deram pode ser também uma fragilidade para construir o seu próprio caminho, à partida excessivamente liberal para o eleitorado tradicional do PSD, seja nos costumes ou nas políticas.
PSL mostrou que ainda mexe, qual gato com sete vidas, e, apesar de limitado aos seus fiéis, acabou por ficar a apenas 700 votos de Passos Coelho. Não foi a catástrofe que muitos anunciavam e deu um rombo no porta-aviões de Menezes ao ganhar as eleições em Gaia.
Patinha Antão não era deste campeonato e o seu resultado demonstrou-o.
Agora vem aí a luta do “renovado” PSD contra Sócrates e o PS, mas Manuela Ferreira Leite parte com um handicap desvendado nesta recente campanha: a defesa do fim dos actuais regimes do SNS e da segurança social, com a apologia dos sistemas privados de protecção, não me parece que seja o melhor caminho para afirmar a vertente social-democrata (!) do PSD e conquistar os portugueses.
Confesso que estava à espera da sua vitória, muito embora fosse para mim uma incógnita a capacidade de Santana Lopes penetrar directamente junto dos militantes e de captar o seu voto, bem como o resultado da agregação de vontades e interesses em torno de Passos Coelho, mais por oposição aos “outros” do que propriamente pelas virtudes intrínsecas do candidato.
Venceu a ala mais institucional e conservadora do partido, uma mistura de ex-cavaquistas, ex-barrosistas e ex-mendistas, mas com uma margem suficientemente curta para manter o clima de tensão até às legislativas do próximo ano. Será curioso ver como fica a composição dos órgãos nacionais no congresso.
Passos Coelho cativou um sector mais jovem e irreverente, mas ficou refém dos apoios de Menezes e acólitos. A força dos votos que estes lhe deram pode ser também uma fragilidade para construir o seu próprio caminho, à partida excessivamente liberal para o eleitorado tradicional do PSD, seja nos costumes ou nas políticas.
PSL mostrou que ainda mexe, qual gato com sete vidas, e, apesar de limitado aos seus fiéis, acabou por ficar a apenas 700 votos de Passos Coelho. Não foi a catástrofe que muitos anunciavam e deu um rombo no porta-aviões de Menezes ao ganhar as eleições em Gaia.
Patinha Antão não era deste campeonato e o seu resultado demonstrou-o.
Agora vem aí a luta do “renovado” PSD contra Sócrates e o PS, mas Manuela Ferreira Leite parte com um handicap desvendado nesta recente campanha: a defesa do fim dos actuais regimes do SNS e da segurança social, com a apologia dos sistemas privados de protecção, não me parece que seja o melhor caminho para afirmar a vertente social-democrata (!) do PSD e conquistar os portugueses.
3 comentários:
Caro JCP
Estou de acordo consigo quando diz que “venceu a ala mais institucional” do PSD, mas já tenho dúvidas que tenha vencido “a ala mais conservadora do partido”. O discurso de Passos Coelho tinha muito de ultra liberal, o que levado à prática nada restaria do Estado Social e os impostos seriam absorvidos pelas futuras parcerias público-privadas, institutos privados, concessões e outras medidas que dizem conduzir à diminuição do Estado, mas sempre pagas pelo Orçamento de Estado.
Quanto a Ferreira Leite, confesso que tenho alguma curiosidade em ver como vai compaginar o discurso da “questão social” com a extinção do SNS e a privatização da segurança social.
Quem vai acabar por beneficiar com o resultado das eleições do PSD é o PS, porque no confronto Sócrates/Ferreira Leite acredito que o primeiro sairá claramente ganhador.
Caro JSC, quando me referi à ala conservadora estava a referir-me aos seus comportamentos e atitudes, mais avessa aos populismos e aventureirismos de outros. Mais pose de Estado, se me faço entender...
Caro JCP estou convicto que se Ferreira Leite é institucional não é conservadora. Conservadores neste contexto são os seus dois directos e vencidos adversários.
quanto ao SNS e à SS convenhamos que Ferreira Leite diz alto o que o PS diz baixo e ameaça fazer. Fará? Já tive mais dúvidas...
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