Há duas categorias de Gestores em Portugal que têm em comum pelo menos três características: competência excepcional para aumentar a sua própria conta bancária; uma aparência pessoal de quem transitou directamente de um banho perfumado para um alfaiate de primeira classe; uma arrogância apenas ultrapassada pela incompetência enquanto gestor.
Uma das categorias integra gestores ditos públicos e a outra gestores privados provenientes, em muitos e estranhos casos, da vida política.
São pessoas de sucesso, se por sucesso entendermos ascensão social. As empresas podem não o ser assim tanto, mas há muitas e boas razões que o justifiquem, nenhuma delas passando pela responsabilidade pessoal desses gestores.
Se analisarmos as primeiras medidas de gestão que estes gestores, nomeadamente os públicos, tendem a tomar verificamos que passam por mudar de carro, por aumentar o número de meses pelos quais serão pagos, verificar os critérios de atribuição de prémios à administração e tudo o mais que se possa imaginar no mesmo quadro de preocupações. São tolos? Não o poderemos afirmar, tratam das suas vidinhas. São oportunistas? Certamente, mas é porque têm a oportunidade para o ser.
Neste quadro aborrecem-me duas coisas: que se “confunda” as potencialidades de rentabilidade das empresas, nomeadamente das públicas, com a eficácia desses gestores e isso sirva para defender a privatização das mesmas; que não existam mecanismos minimamente transparentes de controlo de todo este descalabro.
Já agora, aborrece-me também mais uma coisa: que os meus impostos possam contribuir para esse banquete.
Tudo isto a propósito das recentes notícias sobre o resultado da Auditoria do Tribunal de Contas à Aguas de Portugal. Meras associações de ideias...
04 julho 2008
Diz-me como geres dir-te-ei quem és
Marcadores: economia/finanças, O meu olhar
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