Desta vez o Banco de Portugal levou a coisa a sério. Estudou, pensou, acabou por encontrar a solução para ajudar o Banco Privado Português. O Ministro da Finanças comprou a ideia, que de tão simples, até deixa a ideia de não ser o que verdadeiramente é. Entretanto, o Primeiro Ministro também acabou por comprar a ideia-solução.
Tudo se conjuga para ser pedido mais um esforço aos contribuintes, para ajudar o Banco gestor de fortunas. Bom, talvez nem seja necessário falar nos contribuintes, porque a virtuosidade da solução está em deixar a ilusão que são os outros bancos a ajudar. O resto são “pormenores jurídicos”.
O problema é os mal-pensantes, como eu, que descrêem de soluções embrulhadas em palavreado mais ou menos redondo, como aquele que diz que é para evitar males maiores, para salvaguardar a imagem de Portugal, para serenar as pessoas, para garantir a confiança dos portugueses. Afinal de contas, quantas centenas de portugueses recebem o seu ordenado mensal pelo BPP?
Toda aquela conversa, que não passa de música pimba da política, é para mascarar a entrega de centenas de milhões (usando os outros bancos como veículo) a um Banco que representa pouco mais de 0,0% do sistema financeiro nacional.
Numa perspectiva de mercado, até seria saudável que se deixasse cair o BPP, para mostrar que há riscos que não compensam e que as gestões menos capazes acabam por ser penalizadas. Acresce que se o património do BPP – sede, edifícios, colecção de arte, participações financeiras – vale o que o Governador do Banco de Portugal diz que vale, então, esse mesmo património deveria ser usado para pagar a quem aplicou ou arriscou as suas poupanças no BPP, sem necessidade de se exigir mais dinheiro ou avales públicos para ajudar banqueiros falidos e quejandos.
Concluindo, o despacho final do Primeiro Ministro, no processo BPP, deveria ser proferido, mais coisa menos coisa, nestes termos: Sopesada a conjuntura envolvente, constata-se que o BPP não faz falta nenhuma. Com o seu fim ninguém perde. O país fica, económica e financeiramente, mais limpo. Portanto, aplique-se a boa solução – a que o mercado ditar.
02 dezembro 2008
A BOA SOLUÇÃO
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