A Assembleia da República chumbou ontem o projecto-lei do CDS-PP que conduzia à suspensão do processo de avaliação dos professores. Uniram-se em torno da proposta daquele partido, apenas por mero oportunismo político, o PSD e toda a esquerda, incluindo cinco deputados do PS. Não foi contudo suficiente para aprovar a proposta do CDS, uma vez que a maioria de deputados socialistas prevaleceu.
O que unia os deputados não era a vontade de encontrar uma saída para o diferendo que afasta Governo e professores. O que pretendiam era infligir uma derrota ao Governo. Tout court. E ver Mário Nogueira, o excelso sindicalista da Fenprof, militante do PCP, nas tribunas da Assembleia a torcer pela vitória do projecto do CDS, além de caricato, ficou para a história das (in)coerências da luta política e sindical em Portugal.
1 comentário:
Não sendo militante do CDS nem do PCP entendo todavia que nada impede que sob pontos concretos haja sintonia dee posições. No caso em apreço V. terá de convir que há mesmo muitos socialistas que apoiavam a moção od CDS.
Mário Nogueira não tem nenhuma capitis diminutio por ser sindicalista e comunista. pode, parece-me, ir à Assembleia assistir a uma votação. Aliás, já lá estivera antes a falar com todos, todos, repito, os grupos parlamentares.
Dito isto gostaria de recordar-lhe que até já houve um governo PS-CDS e quer ninguém exclui que tal não venha a acontecer. Basta não haver maioria absoluta para esse cenári o ser possível. bastante possível até.
A outra questão que V põe é a da coligação negativa. Também aí não há grandes novidades. acaso se vesquece da votação contra o primeiro governo (minoritário) de Cavaco Silva? Eu, por meu lado, recordo-a bem, porque foi por isso mesmo que me desvinculei do PS: entendia, escrevi-o aliás, que se corria um grave risco de provocar eleições (como ocorreu) e de oferecer de bandeja uma maioria absoluta ao PPd. O Dr Mário Soares, na altura Presidente da República dizia o mesmo mas também não foi ouvido. E Cavaco averbou duas maiorias absolutas seguidas.
Finalmente, quem dramatizou este problema foi quem avançou a ideia de que uma derrota do Governo era como uma moção de censura! Ora, que eu saiba, nem Mário Nogueira, nem a CGTP (nem as outras centrais sindicais que também estão contra a avaliação) nem o PCP fizeram essa aposta. Bem pelo contrário, este último, como toda a direita aliás não quer legislativas antecipadas.. Como o meu Caro Amigo bem sabe.
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