Linchamentos morais
Quem me lê sabe quão escassa é a minha consideração pela pessoa do senhor Primeiro Ministro. Tenho-o mesmo na conta de um fraco primeiro ministro. Com a agravante de ser arrogante e autoritário. E enfatuado...
Agora o que não suporto, como cidadão, como português e como homem de esquerda (doa isso a quem doer) é esta zoeira feita de omissões, de sugestões e de insinuações sobre o Freeport e sobre Sócrates.
Ainda não vi um diabo de um facto com um mínimo de credibilidade que me permita confortar a tese da culpabilidade de Sócrates. Ainda não percebi porque raio os ingleses não respondem a uma carta rogatória e vêm agora com outra a pedir o que não podem pedir sem antes responderem ao que lhes foi solicitado.
Não percebo como é que uma procuradora geral adjunta não é ouvida quando diz que nada há no processo que permita incluir Sócrates no rol dos suspeitos. Não percebo porque é que ninguém crê no Procurador Geral da Republica mas, ao mesmo tempo, lhe exige que faça o seu trabalho de casa.
Se me permitem uma ironia, se é que é uma ironia, a fonte desta manipulação noticiosa, repudiada pela oposição (o caso do bloco de esquerda não conta, o bloco diz tudo o que vem às cabecinhas das luminárias que o compõem e isso dá um torcicolo à cabeça mais calma que os ouve) que tem tratado o caso com pinças, vai dar direitinha aos publicitários que preparam a campanha de recandidatura de Sócrates.
Se a oposição não quer falar do assunto, se a imprensa apenas noticia o que vem requentado de Inglaterra, se os suspeitos de corrupção activa estão tranquilamente no Algarve e negam o seu envolvimento e até as famosas declarações contidas num vídeo, em que ficamos?
Pois ficamos nesta absurda pergunta: a quem aproveita este barulho?
A minha tese, carregada de malignidade é a seguinte.
1 Enquanto se discute o Freeport, não se discutem as mais que discutíveis políticas governamentais;
2 Não se discute o orçamento rectificativo que me parece necessitar de uma boa adenda de tal modo a crise avançou entretanto
3 À falta de argumentos gordos e definitivos corresponde sempre uma reacção hostil do público que se sente legitimamente frustrado. As pessoas começam a perguntar se atrás de tanto fogo de maravalhas não anda algo feio como a tentativa de caluniar pura e simplesmente. Ora, isso costuma acarretar uma contra-corrente de simpatia.
Se é assim, então a agónica maioria absoluta que todos previam que se transformaria em maioria simples (quando não em derrota) pode, como os Titãs filhos da terra levantar-se do chão matricial mais robusta do que antes.
Tudo isto poderia ter sido concebido por um estratega ousado mas inteligente. Ao serviço de quem?
Não da oposição que apesar de tudo ainda está anémica no que toca ao PSD e que não tem ilusões de cheirar o poder como é o caso do PC e aliados, existentes ou futuros.
Se não é ao serviço da oposição restam duas hipóteses.
A primeira é que identifica uma central internacional anarquista, uma máfia desconhecida mas poderosa que farta de ser perseguida nos seus velhacoutos tradicionais apontaria para uma instalação neste torraozinho de açúcar feito de praias e campos de golfe. É impossível? Também acho mas já vi outros impossíveis acontecerem. Como um exame ser feito ao domingo, para não ir mais longe.
A segunda hipótese (afastadas por incoerentes a conspiração da maçonaria internacional ou o inglesíssimo fantasma de Canterville) é a de se encontrar no P.S. a fonte desta salada russa. Só eles é que ficam a ganhar. E a dois carrinhos. Porque é a imprensa quem pressurosamente dá guarida a todos os disparates, renova uma e outra vez argumentos já esgotados e desmentidos, poupando assim aos cofres do partido uma forte dinheirama.
Aqui chegadas, se chegaram, as leitoras mais indulgentes sorrirão. Do que é que o mcr se foi lembrar...
Sim e não minhas queridas amigas. Sim e não. É que esta tourada à antiga portuguesa pode ter mesmo esse resultado obnóxio. Em decaindo a acusação ao Primeiro Ministro (e pelo andar da carruagem isso pode ocorrer) esperem-lhe pela volta. Soares ganhou uma eleição depois de um bofetão na Marinha Grande. Para pasmo de Zenha e Maria de Lurdes Pintassilgo candidatos que pareciam ter mais adeptos na esquerda. Para maior pasmo do candidato da direita que tinha aquela eleição como um passeio. E para indignação do dr Cunhal (alegadamente mandante do agressor) que se viu obrigado a comer um elefante inteiro, ou um sapo, sapo grande, enorme mesmo, para não ser acusado de trair a esquerda.
Voltando porém ao inicio desta conversa, temo bem que estejamos a assistir a um linchamento. E, como os leitores sabem, não é com linchamentos que a justiça se faz e a democracia se perpetua. Mesmo que os linchados sejam uns canalhas da pior espécie.
* eu não tenho nada de especial contra o bloco de esquerda. Mas ainda hoje, de raspão, ouvi a jovem Ana Drago a usar o estafado argumento da alteração da Zona Especial de Protecção como se isso não fosse um completo embuste. Há mentiras que repetidas podem passar por verdades mas como é que apelidamnos os seus autores?
Agora o que não suporto, como cidadão, como português e como homem de esquerda (doa isso a quem doer) é esta zoeira feita de omissões, de sugestões e de insinuações sobre o Freeport e sobre Sócrates.
Ainda não vi um diabo de um facto com um mínimo de credibilidade que me permita confortar a tese da culpabilidade de Sócrates. Ainda não percebi porque raio os ingleses não respondem a uma carta rogatória e vêm agora com outra a pedir o que não podem pedir sem antes responderem ao que lhes foi solicitado.
Não percebo como é que uma procuradora geral adjunta não é ouvida quando diz que nada há no processo que permita incluir Sócrates no rol dos suspeitos. Não percebo porque é que ninguém crê no Procurador Geral da Republica mas, ao mesmo tempo, lhe exige que faça o seu trabalho de casa.
Se me permitem uma ironia, se é que é uma ironia, a fonte desta manipulação noticiosa, repudiada pela oposição (o caso do bloco de esquerda não conta, o bloco diz tudo o que vem às cabecinhas das luminárias que o compõem e isso dá um torcicolo à cabeça mais calma que os ouve) que tem tratado o caso com pinças, vai dar direitinha aos publicitários que preparam a campanha de recandidatura de Sócrates.
Se a oposição não quer falar do assunto, se a imprensa apenas noticia o que vem requentado de Inglaterra, se os suspeitos de corrupção activa estão tranquilamente no Algarve e negam o seu envolvimento e até as famosas declarações contidas num vídeo, em que ficamos?
Pois ficamos nesta absurda pergunta: a quem aproveita este barulho?
A minha tese, carregada de malignidade é a seguinte.
1 Enquanto se discute o Freeport, não se discutem as mais que discutíveis políticas governamentais;
2 Não se discute o orçamento rectificativo que me parece necessitar de uma boa adenda de tal modo a crise avançou entretanto
3 À falta de argumentos gordos e definitivos corresponde sempre uma reacção hostil do público que se sente legitimamente frustrado. As pessoas começam a perguntar se atrás de tanto fogo de maravalhas não anda algo feio como a tentativa de caluniar pura e simplesmente. Ora, isso costuma acarretar uma contra-corrente de simpatia.
Se é assim, então a agónica maioria absoluta que todos previam que se transformaria em maioria simples (quando não em derrota) pode, como os Titãs filhos da terra levantar-se do chão matricial mais robusta do que antes.
Tudo isto poderia ter sido concebido por um estratega ousado mas inteligente. Ao serviço de quem?
Não da oposição que apesar de tudo ainda está anémica no que toca ao PSD e que não tem ilusões de cheirar o poder como é o caso do PC e aliados, existentes ou futuros.
Se não é ao serviço da oposição restam duas hipóteses.
A primeira é que identifica uma central internacional anarquista, uma máfia desconhecida mas poderosa que farta de ser perseguida nos seus velhacoutos tradicionais apontaria para uma instalação neste torraozinho de açúcar feito de praias e campos de golfe. É impossível? Também acho mas já vi outros impossíveis acontecerem. Como um exame ser feito ao domingo, para não ir mais longe.
A segunda hipótese (afastadas por incoerentes a conspiração da maçonaria internacional ou o inglesíssimo fantasma de Canterville) é a de se encontrar no P.S. a fonte desta salada russa. Só eles é que ficam a ganhar. E a dois carrinhos. Porque é a imprensa quem pressurosamente dá guarida a todos os disparates, renova uma e outra vez argumentos já esgotados e desmentidos, poupando assim aos cofres do partido uma forte dinheirama.
Aqui chegadas, se chegaram, as leitoras mais indulgentes sorrirão. Do que é que o mcr se foi lembrar...
Sim e não minhas queridas amigas. Sim e não. É que esta tourada à antiga portuguesa pode ter mesmo esse resultado obnóxio. Em decaindo a acusação ao Primeiro Ministro (e pelo andar da carruagem isso pode ocorrer) esperem-lhe pela volta. Soares ganhou uma eleição depois de um bofetão na Marinha Grande. Para pasmo de Zenha e Maria de Lurdes Pintassilgo candidatos que pareciam ter mais adeptos na esquerda. Para maior pasmo do candidato da direita que tinha aquela eleição como um passeio. E para indignação do dr Cunhal (alegadamente mandante do agressor) que se viu obrigado a comer um elefante inteiro, ou um sapo, sapo grande, enorme mesmo, para não ser acusado de trair a esquerda.
Voltando porém ao inicio desta conversa, temo bem que estejamos a assistir a um linchamento. E, como os leitores sabem, não é com linchamentos que a justiça se faz e a democracia se perpetua. Mesmo que os linchados sejam uns canalhas da pior espécie.
* eu não tenho nada de especial contra o bloco de esquerda. Mas ainda hoje, de raspão, ouvi a jovem Ana Drago a usar o estafado argumento da alteração da Zona Especial de Protecção como se isso não fosse um completo embuste. Há mentiras que repetidas podem passar por verdades mas como é que apelidamnos os seus autores?
12 comentários:
As tácticas de propaganda comunista (bloquista, maoista e e outros "istas") são bem conhecidas e constam dos manuais revolucionários.
Essa pseudo-esquerda não mudou, não muda e não mudará, porque é anti-democrática, autoritária e totalitária, anti-humanista, negativista em relação à humanidade e àvida social, nunca revelando a verdade do modelo social que propõem.
E que quando acabarem os "inimigos do povo", sejampolíticos, capitalistas, politicos, poderosos, patrões e outros chavões da esquerda, sempre haverá o "inimigo interno", o colaboracionista, reaccionário, sabotador, corrupto e outros tipos do género, que serão aniquilados pela acção revolucionária (claro dos lideres iluminados).
Conhecemos bem essas experiências históricas e actuais. Mas a memória é muito volátil. E os falsos defensores da ética cavalgam um discurso que não praticam, nunca praticaram e não fazem intenção de praticar.
Neste país está na moda ser "bloquista". Eu sou e mantenho-me, por enquanto, "socrático".
eu não creio - e pelas últimas informações que me chegam começo a ter a certeza - que a campanha venha da esquerda. consta que é nos jornais ou até numa jornalista que a coisa começou.
O meu caro amigo pode ser tudo incluindo um mocho simpático mas por favor inclua no anti-humanismo e anti democratismo a direita pura e dura que ainda hoje vai negando o holocausto.
Não creio que haja uma moda bloquista antes me parece haver, como em Paços de Ferreira, uma moda de subitas transferencias para o socratismo como se vê pelo exemplo do candidato encontrado pelo PS dentro do PPD...
Só não percebo por que é que Sócrates não comunicou à polícia, depois de avisado pelo seu Tio, que havia um vigarista a dizer que exigiam 4 milões de euros pelo licenciamento do Freeport.
Todo o cidadão, honesto e com sentido de cidadania, era obrigado a comunicar imediatamente essa informação à polícia.
Não percebo que um homem de esquerda (segundo alguns), na altura ministro do ambiente, não tenha agido de harmonia com o seu dever!
Só mais uma coisinha:
Eu fiz isso, quando soube que Avelino Ferreira Torres agia fora de lei. O que me aconteceu, foi a Procura da República acusar-me de mentir e saber bem que mentia, e moveu-me um processo de calúnia. Fui absolvido e agora toda a gente sabe que Ferreira Torres é o que é e eu não mentia.
Os cidadãos não são todos iguais, mesmo que isso seja proclamado com pompa e circunstância.
O pântano já ultrapassou os limites.Começo a ter nojo de muita gente "boa". P.Q.P.
Outra coisinha:
Aliás já um tal Torrão foi condenado por dizer sobre o Freeport o que agora se diz. E há um Director da Judiciária que foi afastado por Sócrates sem se saber se foi por se empenhar demasiado na dita questão.
Bem, tudo o que for boa consciência deve considerar que Sócrates está acima de qualquer suspeita. Só deve haver suspeitas para pindéricos, como eu!
Confesso, entretanto, que não sou amigo de Sócrates, nunca gostei do indivíduo, sempre achei que era um bom vendedor de banha de jibóia,que a sua governação não passou de show off, sempre achei que as histórias em que esteve envolvido, desde os mamarrachos da Cova da Beira à licenciatura por fax, eram matéria que não abonava a favor de um ministro de Portugal, mas nada disto pode ser entendido como uma declaração de interesses.
Já pouco me interessa o caso Freeport, o que diz o PGR, a Directora do DCIAP, que o tio de Sócrates tivesse avisado de que estavam a pedir 4 milhões de euros pelo licenciamento do Freeport e já também pouco me interessa as conclusões que vai retirar de tudo isto a polícia, a Procuradoria Geral da República ou os juízes.
Quando o pântano atinge os limites já nada se estranha e já pouco interessa.
O que me causa impressão é falarmos em democracia e sermos governados pelo chico-espertismo do“vale-tudo “, desde Freeports ao BPN e ao BPP.
Com este ambiente, acho justo que Avelino Ferreira Torres ganhe no Marco, Fatinha em Felgueiras, Valentim em Gondomar e Sócrates em Portugal.
A cada um entreguem-lhes no 10 de Junho a Torre Espada, com missa cantade e Tedeum (não sei se é assim que se escreve!).
Ficarei de fora, com o gesto que imortalizou Bordalo.
Alguém está contra o Freeport?
Se estiver, diga de suas razões. Discutam-se os problemas, com base em factos. Procure-se a melhor solução. Decida a quem foi confiada pelo povo essa missão.
Isso é democracia representativa.
Outra coisa é a comissão de crimes. Investigue-se, recolham-se provas, acuse-se e prove-se em tribunal.
Isso é indispensável em democracia.
Pessoalmente não estou "contra" tudo isso. Estou sempre a favor, a favor de que toda a gente, seja quem for, pague pelos erros que comete e não só os pilha-galinhas. Estou também a favor do princípio que “à mulher de César não basta ser séria, mas deve também parecer” .
Defendo que, numa democracia representativa, quem nos representa não nos deve envergonhar, não parecendo aquilo que não deve ser. E se nos envergonhar, se não corresponder às melhores expectativas do que deve ser um governante (ser referência dos bons princípios, sem, p.ex. utilizar métodos de manipulação, como o de dizer que é da OCDE estudos que não lhe pertence), que os eleitores sintam que vale a pena correr com eles, em vez de os desculpar (como muitas vezes fazem os que se julgam “boas consciências”) ou deixar que sirvam de referência a um sucesso feito de chico-espertismo pantanoso.
Não há outra democracia que não seja a representativa. O importante é que quem nos representa, represente as melhores expectativas sobre o que cada cidadão deve ser e oriente a sua acção política pela fidelidade ao que promete e organize a sociedade pela transparência de métodos. A democracia espectáculo, que toma os cidadãos por basbaques, é uma fraude. Sou a favor daquilo que é contra essa fraude e não sou do BE!
Isto é o que eu penso sem rancor: como quem faz uma boa acção!
Caro MCR, dessa sua tese não me tinha lembrado. Não sei, mas será que alguém como, por exemplo, Vitalino Canas, o porta-voz do PS, era capaz de ter armadilhado isto?!
"Sempre Alerta para Servir"
Viva a democracia!
Não sei como nem porquê mas o meu pobre nome não aparece como autor dest post.
vamos por partes: eu escrevi uma tese irónica mas escrevi igualmente que é uma infâmia (e estou a medir as minhas palavras) tentar atribuir a alguém uma coisa sem qualquer facto visível.
Não estou a dizer que Sócrates está inocente. Estou a dizer que no estado actual das coisas nada há que o implique. A lei é para todos mesmo para um fulano de que não gosto e em quem não votarei. Bastou-me uma vez, livra!
Esperava que os comentadores comentassem o que disse e não o que eventualmente se lembraram. Não entendo o comentário do meu caro Mocho nem serquer os do não menos caro e velho amigo Primo de amarante.
Se quiserem eu faço um texto sobre as tacticas de propaganda comunistas, fascistas, demo-liberais e domo-cristãs. Teria muito que dizer sobre qualquer delas. Muito, mesmo...
Tentei também, prevenir contra outro temível defeito nacional: de quando em quando o povo eleva aos altares bandidos. Já nem falo do Zé do Telhado mas a verdade é que o excesso de acusação sem fundamento leva a isso mesmo.
O caso do inspector Torrão foi julgado por um tribunal e não vi que o condenado apelasse.
Não creio que se devam misturar planos. Há pantano? Vamos a ele. É tudo pantano' duvido.
E se for só há uma maneira de agir . denunciar com factos e mais factos visiveis, comprováveis.
claro que se pode também fusilar todos os suspeitos mas não creio que o meu caro Primo de amarante queira isso.
Devemos querer que todos mas tosdos os portugueses estejam submetidos a mesma lei e à mesma aplicação da lei.
Serei o primeiro a penitenciar-se por ter acreditado que Sócrates era inocente, não o sendo. Mas com isto, com este poeira de nada, desculpem, não o condeno. Estou atento, como cidadão e continuo a prevenir os restantes para se manterem nessa mesma linha.
Não tive o gosto de atacar o Torres mas tenho na minha história de muitos anos quatro prisões por atacar gente bem mais poderosa, numa época bem mais ominosa, sem garantias de qualquer espécie. enquianto me lembrar desse tempo serei, apesar de tudo, alguém que prefere o pantano àquilo onde vivi metade da minha vida.
Finalmente e respondendo a JCP: não creio que V Canas tenha cabeça suficiente para um jogo de ancas tão apertado quanto o que idealizei. Nem cabeça, nem engenho ,nem humor. Mas isto é apenas uma opinião pessoal...
MCR, estou em pleno acordo com este seu último comentário.
Quanto à possibilidade de tudo isto ser uma montagem do PS acho muito rebuscado ir por aí mas, nos dias que correm, começo a ficar um pouco baralhada e, por vezes, já não sei o que pensar. Todavia, duma coisa estou certa, não é na praça pública que se faz justiça e não deve ser por toda esta chuvada de notícias que o Sócrates deve sair. Deve fazê-lo se for considerado culpado pela justiça portuguesa ou se perder as eleições. Estamos numa democracia representativa.
Só mais uma pequena nota: disseram-me que a TVI é o canal que mais violentamente ataca Sócrates. Hoje fiz um esforço e vi as notícias deste canal. De facto, aquilo não são formas de dar notícias. Parecia que estava a ver a versão televisiva do O Crime.
A minha tese era como já disse uma tentativa irónica de comentar o caso. Nada mais.
Vejo que não a consegui fazer passar com a finura que pretendia e esse erro é meu. As coisas nem sempre saem como queremos,
eu nada tenho contra a TVI que rarissimamente vejo (não lhe dedico uma hora por mês, o mesmo acontecendo com a SIC. A TV 1 devo vê-la hora e meia, descontando os notíciarios das 7 horas da manhã.
Não gosto daquelas senhoras que dirigem debates, odeio telenovelas brasileiras ou portuguesas, não suporto os programas pindéricos de entretenimento e por isso reduzo o meu leque televisivo aos canais temáticos, com incidencia no Mezzo, Arte e historia e aos canais de séries policiais. Oiço, isso sim, religiosamente os noticiarios espanhol, francês, italiano, alemão e ingleses. E juro-lhe que isso me lava das notícias à pressão das televisões portuguesas.
dito isto, acho que a TVI deve continuar a dizer o que pensa. Se abusar aí estão os tribunais e a alta autoridade para resolver o conflito. ficaria horrorizado se a pateta da Manuela Moura Guedes fosse silenciada por qualquer pressão censória, venha ela donde vier. E acho insuportáve3l que um rapazola co-autor de uma moção ao congeresso do PS fala com à vontade de jornalismo irresponsável aliado a interesses de baixa política.
Primeiro deveria tentar perceber algumas singularidades do processo em questão (que espantam qualquer cidadão) o mistério subjacente à compra de uma casa por um preço inferior à anterior aquisição pelo vendedor bem como ao facto no mínimo surpreendente de a adquirente ser supostamente pessoa sem grandes posses.
Mas isso é procissão que ainda vai no adro...
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