Justiça atributiva e distributiva
Oliveira e Costa está preso preventivamente. Há um inquérito em curso que, obviamente está em segredo de justiça. Há um magistrado a tratar disto, as polícias têm-se mexido, enfim o normal.
Ao que parece uma comissão parlamentar achou que deveria “ouvir” Oliveira e Costa. Com recato, sem a incómoda presença da “comunicação social” para evitar que a imagem do arguido piore (ou melhore, sabe-se lá) e para mostrar aos magistrados que estes últimos são uns nabos. Ou então para prestar aos magistrados uma ajuda que estes, ao que se sabe não pediram.
Pergunta-se se os senhores (e senhoras) deputados/as não tem mais que fazer.
É que no capítulo comissões de inquérito o Parlamento tem mostrado o que vale, e que é muito pouco. Ou nada: haja quem se lembre das variadíssimas comissões “Camarate” e dos resultados que essa montanha ingente de inépcia investigativa pariu: nem um rato, mesmo um desses de laboratório que agora se clonam clandestinamente e à dúzia.
A que vem este furor investigante sabendo-se como se sabe que Costa está por conta da magistratura normal? Que mensagem se pretende fazer passar ao cidadão contribuinte? Que o Parlamento está cheio de brio, que transpira actividade, que não dorme só a pensar na defesa dos dinheiros públicos? Ou, tão só, uma desconfiança, mais outra, no Poder Judicial?
Um vereador de uma importante Câmara Municipal entendeu chegada a hora de se retirar. Aplaude-se a intenção, tanto mais que não é costume esta gente sair por seu pé dessa mordomia pouco trabalhosa.
Já se aplaude menos quando se sabe que, afinal, o senhor vereador quer reformar-se. Com, exactamente 50 risonhos anos. Parece que a ele não se aplica a lei geral que atira a reforma para lá dos sessenta.
E reforma-se com um ordenado superior ao que auferia como vereador. Alguém resolveu premiar a sua abnegação transformando-o em licenciado apesar de apenas ter o 9º ano de escolaridade. É que para ser reformado como Técnico Superior de 1ª Classe costuma exigir-se uma licenciatura mesmo dessas manhosas que agora se compram em algumas universidades privadas.
Mas há mais. Tendo a reforma já na mão este operoso rapaz já está nomeado para um empresa obviamente de capitais públicos participada por várias câmaras. O convite partiu de um camarada presidente de uma delas cuja amantíssima esposa é, calcule-se, secretaria do pobre reformado.
As más línguas calculam que este novel reformado esteja já a ganhar cerca de 5.000 euros. Líquidos. Vereador é uma carreira de futuro, como se vê.
d'Oliveira
Ao que parece uma comissão parlamentar achou que deveria “ouvir” Oliveira e Costa. Com recato, sem a incómoda presença da “comunicação social” para evitar que a imagem do arguido piore (ou melhore, sabe-se lá) e para mostrar aos magistrados que estes últimos são uns nabos. Ou então para prestar aos magistrados uma ajuda que estes, ao que se sabe não pediram.
Pergunta-se se os senhores (e senhoras) deputados/as não tem mais que fazer.
É que no capítulo comissões de inquérito o Parlamento tem mostrado o que vale, e que é muito pouco. Ou nada: haja quem se lembre das variadíssimas comissões “Camarate” e dos resultados que essa montanha ingente de inépcia investigativa pariu: nem um rato, mesmo um desses de laboratório que agora se clonam clandestinamente e à dúzia.
A que vem este furor investigante sabendo-se como se sabe que Costa está por conta da magistratura normal? Que mensagem se pretende fazer passar ao cidadão contribuinte? Que o Parlamento está cheio de brio, que transpira actividade, que não dorme só a pensar na defesa dos dinheiros públicos? Ou, tão só, uma desconfiança, mais outra, no Poder Judicial?
Um vereador de uma importante Câmara Municipal entendeu chegada a hora de se retirar. Aplaude-se a intenção, tanto mais que não é costume esta gente sair por seu pé dessa mordomia pouco trabalhosa.
Já se aplaude menos quando se sabe que, afinal, o senhor vereador quer reformar-se. Com, exactamente 50 risonhos anos. Parece que a ele não se aplica a lei geral que atira a reforma para lá dos sessenta.
E reforma-se com um ordenado superior ao que auferia como vereador. Alguém resolveu premiar a sua abnegação transformando-o em licenciado apesar de apenas ter o 9º ano de escolaridade. É que para ser reformado como Técnico Superior de 1ª Classe costuma exigir-se uma licenciatura mesmo dessas manhosas que agora se compram em algumas universidades privadas.
Mas há mais. Tendo a reforma já na mão este operoso rapaz já está nomeado para um empresa obviamente de capitais públicos participada por várias câmaras. O convite partiu de um camarada presidente de uma delas cuja amantíssima esposa é, calcule-se, secretaria do pobre reformado.
As más línguas calculam que este novel reformado esteja já a ganhar cerca de 5.000 euros. Líquidos. Vereador é uma carreira de futuro, como se vê.
d'Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário