20 fevereiro 2005

Voto no Almocreve

Domingo: um último dos desenganos

Admirável mundo o nosso. Hoje, num país em adiantado estado de decomposição, eternamente suspenso de esperança, vilmente amansado pelos aparelhos políticos, sem espanto ou revolta possível, que nos resta senão a viagem discreta às urnas, no próximo Domingo? Acaso o silêncio sobre a mediocridade gerada por Guterres/Barroso/Lopes & Portas, a mesma sopa caseira ou enfado de todos os dias, exige cidadãos açaimados, filhos da tristeza submissa, rebanhos muito arrumadinhos? A poeira não vos assusta?Hoje, mesmo que o espectáculo tenha sido execrável, mesmo que não acreditemos que se possa reinventar o tempo ou mesmo que em nós não habite o gozo do pasmo pós-eleitoral, o nosso brado contra esta paisagem a cair de tédio, o nosso modo de continuarmos vivos é votarmos pela partilha da mudança, dar um voto de protesto contra o situação instalada. Para nós o canto de maiorias absolutas, isto é submissas, será sempre um recreio pouco excitante. Um voto de protesto a nossa eterna fruição.

Post e imagem no Almocreve das Petas

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