Pai, filho e... Cavaco

Eu gosto de Manuel Alegre, palavra que gosto! Aliás, já disse várias vezes que se não votasse Cavaco - de quem não gosto tanto, mas em quem confio - votava Manuel Alegre. Pelas mesmas razões pelas quais, em 86, dei a cara por Soares - heresia!-, desde logo porque não gostei da forma como Zenha tratou Soares. Mas hoje Alegre desiludiu-me ao faltar à votação na questão do Orçamento de Estado. Alegre é candidato presidencial mas, antes disso, é deputado do PS e, se não fosse deputado do PS, certamente não seria coisa nenhuma, a não ser poeta, que já não é coisa pouca. Com ou sem declaração de voto, deveria ter estado lá. E votar.
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Mário Soares, por quem dei a cara em 86 - heresia! - esforça-se por comparar Cavaco a Salazar. Ouvi na TSF. Repito: não sou um cavaquista puro e já disse de Cavaco coisas más. Mas isto de andar a atirar para a frente o fantasma de Salazar, a propósito de Cavaco, parece coisa do PREC. João Soares, quando foi candidato a presidente da Câmara de Lisboa, também andou por aí. Via-se que não tinha o instinto do pai, pensei eu. Afinal, tal pai tal filho...