03 julho 2006

Gestores

Há muito tempo que defendo a ideia que a raiz do sucesso ou insucesso de todas as organizações, quer públicas quer privadas, está sobretudo nos seus gestores. Entendendo aqui por sucesso as organizações conseguirem fazer bem aquilo para que foram criadas.
Gestores (dirigentes e chefias no caso da AP) são todos aqueles que têm a seu cargo a responsabilidade sobre o trabalho do(s) outro(s). Dito de outra forma: naquele belo dia em que fomos nomeados pela primeira vez gestores (no meu caso foi já há bastante tempo) a grande mudança relativamente ao que fazíamos no dia anterior foi que passamos a ser responsáveis, para além do nosso próprio trabalho, pelo trabalho de outros. Passamos a ficar co-responsáveis pelo que outros fazem ou não fazem. Ora, o que se passa, em grande parte dos casos, é que o que nos continua a preocupar quando passamos de técnicos a gestores é sobretudo a vertente técnica, a produção ligada ao nosso saber técnico. Aliás, muitas das vezes (talvez na grande maioria) é-se nomeado gestor por se ser um bom técnico. E aqui bate o ponto. O que nos deveria preocupar sobretudo era gerir bem a nossa equipa, utilizando para isso o nosso saber técnico mas também o nosso saber ao nível de gestão de pessoas. E como fazer isso bem? É bem mais simples do que por vezes imaginamos. Eu costumo dizer (e ter como princípio próprio) que, se queremos saber como gerir as pessoas, comecemos por pensar como gostaríamos de ser geridos. Encontramos dessa forma quase sempre boas respostas para as nossas questões.
Somos todos como as pessoas…

Nota: e por falar de equipa: a nossa Selecção está no ponto rebuçado! Nunca foi tanto uma equipa como agora. E é uma equipa que tem a assinatura do seu líder.

3 comentários:

M.C.R. disse...

No vinte! Nem mais.
Eu tive que ser gestor (ou responsável) em duas ocasiões da minha vida. Na primeira, era novo mas tinha a meu favor um boa equipa de chefias intermédias que mantive no seu lugar até poder avaliar se faziam bem o que lhes competia. Isto passava-se em fins de 74 inicios de 75. Verifiquei que a confiança inicial que tive estava certa e acho (ou outros acham também) que durante aqueles anos (sete!) as coisas correram bem, terei introduzido algumas inovações e conseguido bons resultados. Ao fim desses anos mudei-me para outra paróquia onde comecei como técnico e assessor do principal responsável. Pouco a pouco comecei a chefiar a equipe técnica eaté que pelo natural curso das coisas fui nomeado responsável daquele serviço que tinha a área geográfica da CCRN. As coisas correram bem mas por discordancia política com um senhor secretário de Estado fui á minha vida.
devo dizer que enquanto chefiei entendi sempre que ao dirigente só chegam os processos que não podem ser resolvidos em instancias inferiores. E que o dirigente se deve fornecer orientações deve também garantir a maior liberdade dos seus subordinados. Só assim podem ser responsabilizados. Detesto os chefes (gestores) que andam continuamente em cima do seu pessoal subordinado. Acho que isso leva a uma completa desresponsabilização e ao desinteresse. Entendo mesmo que um gestor não tem que saber ao pormenor o modus faciendi dos seus subordinados e muito menos que se lhes substituir. se isso acontece então está-se a pagar demais iadamentre a quem gere. A gestão é a maneira melhor de combinar os recursos existentes e de os rentabilizar a cem por cento. Exactamente o contrário do que se v~e em centenas de casos quer do sector público quer do privado...

Silvia Chueire disse...

Ótimo texto, Meu Olhar!

Abraços,

Silvia

José Manuel Dias disse...

Brilhante...Um texto que devia ser divulgado por muitos gestores.
Cumps