tuas mãos,
as mesmas que (me) falavam
atos e palavras,
nada mais dizem.
que destino terá o discurso,
o gesto,
depois de mortas as mãos,
afora uma memória unívoca
fragilizada pelo tempo ?
que destino terá a realidade
ineludível nas suas chamas,
será ilusão súbita?
que destino deste àquelas mãos
de modo que não sintas a angústia,
o medo de estar morto ?
negar às tuas mãos
a verdade delas
é, num jogo de máscaras,
suicidares-te.
silvia chueire
03 junho 2005
as tuas mãos
Marcadores: Sílvia Chueire
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