Ganhar e perder

Como é possível que um jornal como o “Público” titule hoje em primeira página, a propósito da meia-final com a França, que “já ganhámos tudo mesmo se perdermos”? Agora é igual ganhar ou perder? Que raio de ambição e de exigência é esta?

Poder-se-á dizer que poucos contavam com um percurso como este por parte da selecção de futebol. É certo e eu era um deles, mas, que diabo, a nossa equipa é composta por muitos jogadores que foram ou são campeões europeus de clubes, por jogadores habituados a competir ao mais altíssimo nível nos principais campeonatos europeus e nos mais destacados clubes. Não podemos exigir-lhes que, depois das provas dadas, se batam de igual para igual com os seus adversários e fixar-lhes como meta a vitória? Por que termos que ser menos ousados do que os outros?

Basta de vitórias morais e vamos atrás da vitória efectiva. Se porventura Portugal perder hoje, que seja digno na derrota, mas, por favor, até aqui ainda não ganhámos nada. Apenas o reconhecimento por um percurso bonito. A propósito, quem ainda se lembra que a Turquia ficou em terceiro lugar no último Mundial e a Coreia do Sul em quarto?