O juiz que costumava julgar os processos-crime, disparou contra um corço no território grande da reserva. Depois de ter dado o tiro de misericórdia, disse assim:
- A caça é a paixão mais nobre.
O procurador fazia colecção de borboletas. Furava com um alfinete os seus abdómens e, quando já estavam mortas, de asas abertas, pensava:
- Assim é a sede de saber.
Quem escreve estas linhas e também a reportagem sobre um assunto de crime, é um adepto entusiástico do pólo aquático. Se algum jogador da sua equipa dá um pontapé no estômago do adversário, ainda o encoraja da tribuna.
- O pólo aquático é um desporto duro, costuma dizer-se.
E o que é que disse o assassino?
Não esteve com rodeios. Confessou, compungidamente, ter morto a mulher que o tinha traído com toda a gente, impelido a sua filha à desmoralização, arruinado a família inteira. Disse, desanimado:
- Sou um assassino.
Foi enforcado.
István Örkény
14 dezembro 2004
Quem é o assassino?
Marcadores: L.C.
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1 comentário:
O post é pungente e o comentário fez-me soltar uma sonora gargalhada, quiçá politicamente incorrecta...
Folgo em vê-lo de novo em forma, carteiro!
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