05 maio 2005

Poesia

São árvores e folhas e homens
a substância das coisas
iluminadas pela luz.
Conspurco-os com as minhas tentativas
porque nada mais sei da vida
a não ser ter olhos e ver.


A não ser a memória fotográfica de uns dias
e essa precisão de dizê-la.
Esse confronto com a insuficiência.

O nascer do sol ignora os homens
e seus dramas liliputianos.
Coloca poesia lá,
no espaço privilegiado da percepção.
No claro-escuro
do quadro que jamais pintarei.
Do poema que não sei escrever.


Silvia Chueire

4 comentários:

O meu olhar disse...

Muito bonito!

Kamikaze (L.P.) disse...

Volte sempre, Sílvia!

Amélia disse...

Repito os que me precederam: - Sabes que há muito gosto de ler os teus poemas.

Silvia Chueire disse...

às três, obrigada. muito.
voltarei kamikaze. : )

beijos,
silvia